Estátua de Enma-ō do Templo Jōraku-ji

No budismo, acredita-se que os mortos passam por um julgamento de dez reis que avaliam seus pecados no mundo dos mortos (o mundo dos budas), e assim seu destino é determinado. A crença nesses dez reis se estabeleceu no final da dinastia Tang na China, foi transmitida ao Japão no final do período Heian e se popularizou durante o período Kamakura. Diz-se que a imagem dos dez reis usando coroas, vestes de caminho e segurando bastões, mostrando uma aparência de raiva, é fortemente influenciada pelo taoísmo. Enma, um dos dez reis, é conhecido como o rei do inferno. Sua irmã, chamada Datsueba, é descrita como uma mulher demônio que remove as roupas das pessoas à beira do rio Sanzu e as entrega ao velho que pendura roupas nas árvores.
No Templo Jōraku-ji em Higashi-Naganuma, está instalado o ícone de Enma, que é um patrimônio cultural designado pela cidade de Tóquio. Dentro do salão principal (Amitabha Hall), à direita da estátua de Amitabha, encontra-se a estátua de Datsueba.
Esta estátua de Enma é feita de madeira laminada e tem 98,3 centímetros de altura. É toda colorida, expressando uma aparência de raiva aberta, e foi feita com olhos de jade incrustados.
Dentro do abdômen da estátua, há uma inscrição que diz: "Feita por Seizan Unkai, o grande monge residente do Templo Jōraku-ji em Jukōzan, na aldeia de Naganuma, na província de Musashi, no 9º dia do 9º mês do 12º ano de Genroku (1669)". Acredita-se que foi criada por Seizan Unkai, o abade do Templo Jōraku-ji, e que esteve presente desde o início.
Feita com habilidade excepcional, pode ser considerada uma das obras-primas das estátuas budistas do período Edo, que existem em Minami-Tama.